Lançamento Em Rondon Do Livro Leôncio Cunha Conta Sua Vida

 

Publicado em: 07/11/2019 10:57 | Fonte/Agência: Prefeitura Municipal de Rondon

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"LEÔNCIO CONTA SUA VIDA é uma obra originada dos próprios manuscritos de Leôncio de Oliveira Cunha, fundador de duas cidades no noroeste do Paraná: Paraíso do Norte e Rondon. Neste livro de memórias, que se iniciou em 1º de janeiro de 1939 e finalizou-se em 1990, estão documentadas toda a trajetória das suas grandes realizações como desbravador, grande empreendedor, assim como suas relações com os familiares e entre amigos.

A obra cuidadosamente reproduzida, mantendo o seu jeito simples de escrever, seu linguajar e seus jargões, é a concretização de um sonho de Leôncio, que sempre dizia que gostaria de ver seu diário um dia publicado. Com este sonho realizado mais e mais pessoas conhecerão a essência do que foi esse grande homem. Convidamos você, leitor, a deleitar-se no legado deixado por Leôncio, uma obra que serve de inspiração aqueles que prezam o amor pela família e nunca desistem dos seus sonhos.
Leôncio descreve as agruras do primeiro acampamento e primeiros picadões abertos juntamente com seus camaradas para demarcação de terras nas glebas que vieram a originar Paraíso do Norte e Rondon. Assim, você vai compreender porque o primeiro nome da cidade de Paraíso do Norte foi “Inferninho Verde”.

Trabalhando na selva, expostos ao tempo e suas variações, em contato com a natureza, amiga algumas vezes e hostil muitas vezes, os desbravadores estavam sempre expostos a tudo, inclusive à incidência de maleitas e uma variedade de endemias, bernes, carrapatos e a “úlcera leishmaniose” (ferida brava). Eram milhões de mosquitos e dezenas de variedades, desde o borrachudo, pernilongo, “porvinha”, marimbondos, mutucas e não tinham nomes mais uma infinidade de mosquitos e não davam folga aos animais de tropa que sapateavam, batiam os pés, os rabos, as orelhas. Era um verdadeiro inferno. A região das margens do rio Ivaí era afamada por ser a que tinha a maior variedade de maleitas.

Todas as informações das demarcações de terras eram enviadas para o escritório de Londrina – PR, em cadernetas e Leôncio escrevia nessas cadernetas “Inferninho Verde” para se referir ao lugar onde hoje é Paraíso do Norte. Quando seus funcionários do escritório começaram a fazer os mapas da região também fizeram o mesmo. Certo dia D. Lazarina, esposa do Leôncio, mulher muito religiosa, entrou no escritório e viu as anotações nesses mapas. Pra quê! Foi então que deu a bronca e falou que não seria auspicioso para o futuro do lugar um nome como esse e que muito melhor ficaria se fosse “Paraíso do Norte”! Leôncio, que muito raramente contrariava sua esposa, seguiu sua ordem e assim foi feito.

Entre suas conquistas, Leôncio acumulou como agrimensor, quilômetros e mais quilômetros de estradas abertas em meio ao sertão fechado e a demarcação de quase trezentos mil alqueires de terras também dentro de matas totalmente fechadas, entre povos semicivilizados, nas Colônias Centenário, Paranavaí e Tapejara. Foi também um destemido líder, capaz de levar uma caravana a acompanhá-lo em seus empreendimentos, trabalhando nos sertões, nas Organizações Leôncio de Oliveira Cunha ou em suas grandes aventuras de lazer. Em suma, o leitor terá os registros de suas lembranças dos fatos mais marcantes do passado de Leôncio junto com sua esposa Lazarina, seus filhos e familiares e também de sua vida nos sertões, de forma ora cronológica, ora atemporal." Márcia Cunha Canabrava